Palavra tirada a fórceps.
 
Deixar o líquido amniótico
Fluir entre os desejos.
Sair do ventre para beijar a boca,
Sentir o sangue correr nas veias.
 
Mover os dedos melados de placenta
Sobre o lençol branco de papel.
Sentir a contração dos versos
Querendo expulsar seu filho.
 
Pensar trazê-lo aos seios
Para alimentá-lo com ternura.
Vê-lo crescer lentamente,
Alinhavando sua postura.
 
E nas linhas maternais das letras
Embalar os seus sonhos,
Ensinando-o a compor a poesia
Com a mesma liberdade em que se criou a vida.
 
MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 08/03/2016
Reeditado em 08/03/2016
Código do texto: T5567745
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