CHICLETOMANIA

O viciado em chiclete

Está sempre mascando

Parecendo co’a vaca

No pasto ruminando.

Masca e masca a goma

Mesmo que não tenha gosto.

Ainda bem, pra ele,

Que mascar não paga imposto.

Tem sempre um no bolso,

Na bolsa, na valise...

Não pode se acabar

Para não entrar em crise.

Às vezes, de mascar,

Por um instante ele pára

Pra fazer uma bola

Que estoura e gruda na cara!

Na hora do lanche

Faz a coisa costumeira:

Pega a goma gosmenta

E gruda embaixo da cadeira.

Masca em casa, na rua,

Na igreja, no cine, no carro...

Na análise da ONU

É pior que o vício do cigarro!

Masca quando chora;

Também masca sorrindo.

Masca acordado;

Também masca dormindo.

Compra a prestação

Quando não dá à vista.

É o único item

Que nunca sai da lista.

Esse hábito asqueroso

Contagiou o mundo inteiro.

Já existe até clínica

Pra tratar de chicleteiro.

Psicólogos, terapeutas,

Os da saúde mental...

Não conseguem descobrir

As causas desse mal.

(Alguns não tem a mania,

Mas quando tomam pinga

Recorrem ao chicle

Pra disfarçar a catinga.)

Esse invento do Tio Sam

Pelo jeito não tem fim.

Então, pegue essa coisa

E vá mascar longe de mim!

Em 1518, quando invadiram o território asteca os espanhóis perceberam que “las rameras” mascavam o “chicle”, um líquido grosso e leitoso que saía dos cortes feitos no sapotizeiro e que depois endurecia em forma de goma; Dizem que era muito gostoso!

Vadevino

Autor do livro "Versos & Poesias"

vadero@oromail.net

Vadevino Rodrigues
Enviado por Vadevino Rodrigues em 08/07/2007
Reeditado em 09/08/2007
Código do texto: T556752
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