O Tempo, um lobo voraz
De um touro a uma lebre.
Perdeu-se à força do tempo a força do corpo.
Iludiu-se a mente serelepe descortinando a procriação
Resta o prazer de chegar juntos a lugar nenhum,
sem força alguma, a linha limite disfarçada pelas flores do campo.
O perfume não nega o que o coração sempre exalou, o amor.
A felicidade também se atrofia entre tantas dobras do tempo.
As perdas são maiores do que os ganhos porque muitas acenos
Ficam como marcas nos corações, lanhuras pelo caminho.
E nos aproximamos da terra esperando que o sangue
Deságue nas nossas artérias e ainda libere as asas para voar.
Que seja um ano a mais saindo de um casulo de uma vida inteira
Se despedindo de um mundo de cores vivas nunca vista, de um ar puro nunca aspirado, de pessoas amadas, desarmadas e outras desamadas mas todas humanamente possíveis de abraçar.
A nossa ingenuidade não nos fez perceber que o tempo era um lobo voraz.