O Tempo, um lobo voraz

De um touro a uma lebre.

Perdeu-se à força do tempo a força do corpo.

Iludiu-se a mente serelepe descortinando a procriação

Resta o prazer de chegar juntos a lugar nenhum,

sem força alguma, a linha limite disfarçada pelas flores do campo.

O perfume não nega o que o coração sempre exalou, o amor.

A felicidade também se atrofia entre tantas dobras do tempo.

As perdas são maiores do que os ganhos porque muitas acenos

Ficam como marcas nos corações, lanhuras pelo caminho.

E nos aproximamos da terra esperando que o sangue

Deságue nas nossas artérias e ainda libere as asas para voar.

Que seja um ano a mais saindo de um casulo de uma vida inteira

Se despedindo de um mundo de cores vivas nunca vista, de um ar puro nunca aspirado, de pessoas amadas, desarmadas e outras desamadas mas todas humanamente possíveis de abraçar.

A nossa ingenuidade não nos fez perceber que o tempo era um lobo voraz.

Robertson
Enviado por Robertson em 07/03/2016
Reeditado em 07/03/2016
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