CATEDRAIS - Poesia nº 30 do meu segundo livro "Internamente exposto"

Vim das pedras que por suas

Resistências me edificaram,

Quais em mim, ainda fortes,

Montam-me da porta aos altares.

Sou a liga da massa em

Elementos que me estruturaram

Com as areias do tempo,

Compactadas de muitos lugares!

Sou as enormes torres e

Busco o alinhamento às alturas,

Feito o cerne da cristandade

Em pergaminhos milenares,

Desde o meu firme fundamento

Em túneis de sepulturas,

Até meus mais variados e

Espantáveis artísticos pilares!

Nas calçadas de entradas

Gastas pelos passos andados,

Desde o humilde ser cristão,

Até aquele ser vil e pecador...,

Vem meu frontispício à remissão,

Penetrar esses condenados,

Sem sequer antes terem

Adentrado a minha cúpula,

Já abjurados em suma dor!

Sou entrada do perdão em

Delírio que curará o vício teu,

Engolindo em minha boca

Da razão à quem me procura!

Sou acerto da verdade, também

Da mentira, do crédulo e do ateu,

Sou primazia da eloquência

Em tua sanidade ou loucura!

Na minha abóbada em pintura

Celeste, lembro ancestrais

Do teu povo que em mim

Buscavam a glória e salvação,

Visitando-me com túnicas

Coloridas, feito os meus vitrais,

Em suas condutas litúrgicas de

Lindas orações em comunhão!

O meu som antigo ecoava em

Admiração do órgão em sinfonia,

Que na fértil imaginação dos

Crentes, os anjos cantavam!

Respeito e magnitude que

Em muitos lugares não se via

E em grandes fervores de fé

A Jesus..., assim louvavam!

Pelos meus afrescos és vigiado!

Visto por todo o momento

Pelos serafins de mármores

E estátuas de santos de luz,

Que a ti protegem, se a eles

Der o valor do agradecimento,

E esculpidos pra acolher o seguidor,

Que minha fé em luz sempre conduz!

Arrepios percorrem a tua pele

Assim que passas a me entrar...,

É a forma que levo pecadores

A saírem da própria alma.

E das criaturas que um mal

Insiste ficar, sem o convidar,

Elevo-as em bons adágios,

No eu interior que as acalma!

Sou o espírito das catedrais

E tenho a grandiosa missão,

Que em arbítrio, eu fui designada

Pelo mandamento divino especial!

Sou o corpo da cristandade,

A voz da irmandade e oração,

Através dos séculos trago-lhe

O bem retirando o pesado mal!

Eu vim de séculos mais distantes,

Sangrando da força e da vontade

De homens que foram sacrificados,

Pela minha obra física e grandiosa!

Vou com o manto das ricas

Culturas e, sem ter vaidade,

Viver mais, enquanto durar

Minha imortalidade vitoriosa!

Eduardo Eugênio Batista

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Setedados
Enviado por Setedados em 07/03/2016
Reeditado em 07/03/2016
Código do texto: T5565774
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