Poesias-
- Lacunas-
Tento entender-me, não consigo.
Até quando serão assim os meus dias?
Tento refrear-me, não lamento.
Até onde reprimir os minhas energias?
Não posso, não quero, não vou deixar morrer.
A magia existente em minha vida
A poesia incrustada na minha alma
Vou assim aos montes percorrer.
Os meus tempos se vão assim
Frios, inquietos, lentos, permanentes.
Mãos se escondem a minha passagem
Não tenho quem me diga: - sim
O dia que o meu tempo findar
Quero ter um sorriso nos lábios
Quem sabe esse realmente será
O meu sorriso sábio?
A vida não sorri para mim
Mas eu sorrirei dela um dia
Será um sorriso triste assim
Mas um sorriso firme, imerso em poesia.
Para que vida que te quero?
Minha alma cansada desnorteia
Tudo ao meu redor é retrocesso
Minha áurea não se norteia.
O meu sorriso não contagia
Minha alma triste inebria
Até os anjos que me vigiam
Não se guardam se contagiam.
Metade noite Metade dia-
Sou assim como me mostro
Metade noite metade dia
Metade inteira metade sozinha
Metade completa metade vazia.
Sou assim como me sinto
Como páginas da vida
Umas brancas outras escritas
Umas esquecidas outras lidas.
Sou assim como a vida
Umas tristes outras com alegria
Um dia de um jeito
Outro dia sem preceito.
Sou assim como pareço
Uma hora sol outra hora lua
Às vezes observo a rua
Sinto-me como musa nua.
Uma hora brilho outra hora escureço
Sou assim como a flecha
Às vezes dispara
Às vezes trava
Nas horas amargas
Que a vida me traz.
Sou assim como um pássaro
Às vezes sou cantiga
Outra hora sou brisa
E assim a vida vai
Trazendo-me arrepios.
E assim as estações me levam
Vou perto, mas também vou longe.
Perto da minha alma inquieta
Mas longe nas alturas íngremes.
Sou chegada, mas também despedida.
Ora vou ora venho
São os meus pensamentos que me levam
Que marcam minha chegada e minha partida
Nas alturas da vida
Sou uma saudosa poetisa.
- Quem é você?-
Estou a perguntar
Não vou repensar
Quem é você?
Que sai de seu eu?
Que me instiga com o olhar?
Seus olhos tão negros
Seus cabelos também
Olhar intrigante, romântico.
Carente, pede-me amor...
Mas quem sou eu?
Você me conhece...
Sou proibida de amar
Sou entregue a minha dor
Você não percebeu quando o seu olhar
Cruzou o meu onde nos olhamos pela primeira vez?
Sou flor que não exala aroma
Sou pólen que não se propaga
Sou relva que não se molha
Sou sol que não sente calor.
Não me olhe mais assim...
Seus olhos negros
Seus lábios firmes me atraem
Não anuncie mais no seu olhar
Que está a me amar
Posso não resistir
E cair nos seus braços
Envolver-me em seus abraços
Até já sonhei com você
Senti nos meus o gosto dos seus
Vi seu rosto moreno
Seu semblante sombrio
Sombrio de amor por mim
Acordei com gosto de você
Não sei se poderei te amar
Você nem sabe dos meus sentimentos
Os seus eu conheci no dia que te vi
Na noite que sonhei contigo.
Autora: Margareth Rafael Moreira Costa