insónia

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amontoa-se a cinza ao sexto bocejo da noite

os olhos ardem-me como se fossem achas vivas

na alma um turbilhão d'imagens e sons longínquos

é hora de fadigas. o corpo é ponte que estende-se do ocaso à madrugada

calcado pelas rodas da insónia

então

penso nela. a quem jurei o beijo mais terno. a sua imagem é um poema suspenso

de um céu arado por astros cadentes

poema

que desnudo polpa a polpa, que festejo entre os dentes.

~

Luís R Santos
Enviado por Luís R Santos em 06/03/2016
Código do texto: T5565457
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