insónia
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amontoa-se a cinza ao sexto bocejo da noite
os olhos ardem-me como se fossem achas vivas
na alma um turbilhão d'imagens e sons longínquos
é hora de fadigas. o corpo é ponte que estende-se do ocaso à madrugada
calcado pelas rodas da insónia
então
penso nela. a quem jurei o beijo mais terno. a sua imagem é um poema suspenso
de um céu arado por astros cadentes
poema
que desnudo polpa a polpa, que festejo entre os dentes.
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