PÁSCOA
O Pastor pendia na cruz
E, do alto, notava o rebanho aflito.
Derramou, pelo mundo, a luz,
Dedicou-se aos corações consumidos.
Quis se fazer escutar
Por todos por onde passou.
Seu afeto era como o sol a raiar,
Enchendo a vida de cor.
Mas quê fazer, "né", gente?
Há combates entre o Céu e a Terra,
Que só o amor e a fé ardente
Conseguem vencer tal guerra.
O Cristo libertou-se do corpo,
Confiando a cada um de nós,
A tarefa do discipulado
De amor, caridade e paz.
Dentre tantas almas socorridas,
Havia uma tão agradecida,
Que foi ao túmulo do querido Messias
Perfumar Suas mãos inertes e frias.
Maria queria retribuir
Àquele que a tirou do exílio.
Com lágrimas agradecidas,
Adentrou o sepulcro vazio.
Não viu o Mestre!...
Mas ouviu-lhe a doce e meia voz,
Que não há de esquecer jamais:
"_ Não me toques, pois ainda não fui ao Pai..."
Madalena reconheceu Jesus!
Recebeu-lhe o olhar bondoso.
Em lágrimas de inexcedível ventura,
Cumulou-se de sentimento poderoso.
A promessa do Redentor se cumpria.
As trevas, do mundo, jazia
Diante do Nazareno redivivo,
Renascido em cada Espírito.
O Evangelho é a fé imutável,
Arsenal de embriaguez de fulgor;
Júbilos celestiais memoráveis,
Tempo de renovar o Amor!
Morrem as amargas dúvidas,
E levanta-se a firmeza da fé.
O Salvador evoca nova vida
No recôndito de cada homem e mulher.