Eu te tomo

Escondida de ti mesma

Tu me provocas

Enroscada numa incisiva malícia

No mistério que te esconde

Eu sonho fremindo em taças de desejos

Para fazer durar essa eternidade

Desenho tua imagem sombreada

Úmida de flor

Volúvel e sofrida na tua afoiteza

Lavando teus cabelos

Em movimentos lentos e obscenos

Misturo-me em ti

E degusto gota a gota

Desse orgasmo virginal

Nesse desespero de fêmea

Tu não te revelas a mim

Cerro a porta de uma tola embriaguez e

Entrego-me a um desamparo fatal

Desta tua sensualidade louca

Sem nenhuma maldade

Contestar-me... Tomar-me o fôlego...

Adormecer não despertar em ti

Sufocado volto a começar

Por um tropel de desejos

E tu segues sendo

Essa imagem louca e santa

Rica de abstratos temores

Que não cabem dentro de mim.

Gilda Freitas
Enviado por Gilda Freitas em 04/03/2016
Código do texto: T5563716
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