não, não conheço...
não conheço a vida,
não conheço minha própria vida
nem a dos outros,
não, não conheço...
às vezes a vida são os meus cabelos
especialmente quando se tornam rédeas
no galopar impiedoso dos amantes;
ou são os meus lábios
onde quer que busquem
o sabor de pele e de beijos
ou se atormentem, intensos,
em sorver, sequiosos, o melhor veneno;
ou são meus peitos,
meu ventre,
meu arquear suplicante
de incursões mais fortes;
ou são definitivamente os meus pêlos,
relva e orvalho,
auxiliares febris
em atropelo
à porta do santuário