A ESTROFE FÊMEA - DESENCONTRO
DESENCONTRO
Há uma frondosa arvore
colorida de flores
destruindo meu ego
fruto cego caído no terreno
sem terra
desfalecendo quando aberto
cortado pra não
servir a nada
grades invocadas
olhando calçada lá
embaixo
no desejo perverso
de ir à sala
acender a lareira
deixar a lareira
queimar a casa inteira
com ele dentro
fazendo do encontro
dos corpos
algo perigoso de ascender
por estar tão perto
o frio que amanhece
junto comigo
enlouquece meu delírio
dos anos frente
ao espelho que maldito
quase no desespero
ofendida
perguntei por que
descasos são fáceis
de envolver
porque me envolve
no desuso de tudo
que é permitido ter risco
sem aviso sai pela porta
parece me ouvir
criando casos
faz o mesmo tempo
que não crio minhas
obras de mulher
no lar escolhido
ainda de vestido
das coisas do dia
por vezes com suor
castigando meu corpo
do tédio
posso sair encontrar
meu remédio
em qualquer fantasma
que miasma contido
de garrafa
serei servida no jantar
depois dissolvida
no lixo de toda amargura
pelo que dura pouco
satisfaz um doente
a mais
amor demais encontrei
poente
nesta porta trancada
que aberta disposta
se fecha pra todo fim
que importa
o desastre seria tarde
demais
vou socorre-lo
n’outra porta
que será encontrada
fechada...
...me deixe em paz.