Sem cabimento

Gigante estrangeiro

à margem da cidade cinza...

Não cabe no corpo

e vaza a pele.

Extrapola o peito

arrebentando a alma.

Excede e contraria o tempo

na eternidade que dura.

Não se comporta de dia

e penetra a noite escura.

Entorna o caldo do verão no inverno

e faz o outono ecoar

nas cores da primavera.

Afunda a areia,

estoura a espuma,

remete canções

e expande a linha do horizonte.

O amor é sem cabimento...