TROCA DE PELE - Poesia nº 24 do meu segundo livro "Internamente exposto"
Sou irresoluta no extremo
Momento de uma decisão,
Pois, nasci de uma dúvida...
Devo mordê-la ou não?
Cabe somente a mim o amor,
E também o que seja pavor...
Só espero que os lamentos
Não me venham muito tarde,
E que o mundo não me julgue
Pela cor humana ou por louvor,
Porque sou em teu reconhecer,
Toda essa injustiça que se arde!
Porque de mim coube haver as
Divisões em ninhos diferentes?
Assim foi o tal desejo usado,
Onde rasguei meus ventres;
E por mais que eu prolifere
E o enxergue aguçadamente,
Não vejo aí uma razão, em que
Sirva-me o teu destino contente!
Na era absoluta que assiste
O que não se deve insistir,
Mereço culpa? Em verdade,
Eu nada devo ao firmamento!
Fui sim, usada em peles, olhos,
Língua e tentação nesse existir,
Que me fez sábia serpente,
Manipulando tal momento!
No escuro, vejo como o dia,
O que fizestes em pecado.
Ninguém sabe onde ando ou
Se perigosa eu possa parecer;
Só a certeza do teu encontro
No último dia e ano marcado,
Que corretamente irás saber.
O juiz aqui - é o seu merecer!
Sou a plena consciência de
Quem me toma por uma irmã,
E não por mãe. O que fizestes
Em loucuras de forma vil ou sã,
É o preço ordinário que se paga
Com choro, nas dívidas terrenas;
E se lágrimas falsas de ti caírem,
Não serão pelas dores pequenas!
Na mordida que eu lhe dou,
É você também se agredindo;
E o veneno injetado te doma,
Não mata, só fere teu pudor!
A cicatriz logo, logo desaparece,
Mas nessa tua mente, descontente,
Ficarás punindo este ano que passou,
Provocado pelo desfecho de uma dor!
Tudo pode ser mudado
Quando há esta troca de pele...
Aqui, o estranho, é o não querer
Modificar-se por pura estupidez.
Dentro de ti sou um animal,
Sou um santo que te revele;
Sou o anjo de nosso Deus pai!
Resolva-se, é a sua última vez!
Eduardo Eugênio Batista
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