Poesia...
Poesia...
A realidade objetiva—se existe –a mim menos importa:
O mundo chega até mim
Quando atravessa a porta do meu olhar
E é filtrada por minha visão pessoal...
Designada a provar da ambrosia
Ganho uma suposta morte... em vida!
Poesia...
A palavra saboreada a sós...
Sensualidade ....
Minha segunda pele
Posso senti-la na saliva
Das bocas que provo
Sabor do querer ... me!
Leveza que habita meu ser
E encobre a luxúria de tantos ávidos olhos!
Em silêncio reinvento meu sorriso
Perceptivo dos desejos provocados...
Mantenho as pálpebras cerradas
Para manter minha alma infante...
Incontaminada pela languidez que me assola
Quando sinuoso meu corpo cola...
Com Maya a dormitar em mim...
Mastigada no secreto da minha boca a palavra doce
Prazer... Significado oculto, sentir perene
De meu corpo sedento...
Me chamo prazer!
Sinto a fluidez de minha identidade
Em cada boca, em cada toque, em cada enfoque de vida
Que regressa a mim em forma de...
Poesia!
Textura, sabor, e então alço voou...
Existem felicidades impossíveis de serem divididas...
A poesia em mim...
Sem nenhuma exatidão
Como a vasta amplidão do universo...
Que são os sonhos meus e alheios...
Como uma águia fendendo os ares
Num arrebatamento em meio a tempestade
Numa cortante liberdade...
E noturna devora a horas na mortalidade de seu sobrevoou
Na aquisição da imortalidade...
Doada pela sensação que o mesmo voou provocou...
Eu mastigo meus versos
Agora prontos para serem digeridos por atentos predadores...
Que em posto de observação
Se nutrem da minha morte nas linhas...
Sempre vale a pena a sensação de morte-vida
Renascendo nos olhos que leem
Como fênix das cinzas
Ressurgindo das incineradas palavras
Que regurgitando eu doou...
Dividindo minha solidão!
Em minha...
Poesia!