Autorretrato...
Autorretrato...
Papel e pena... Esboço que faço
Tentando definir o que traço
Vejo surgi então
Meu perfil tosco
Como peça entalhada
Em maciço tronco... Forma que se torna
No espaço.
Tentando redefinir meus paralelos
Utilizo linhas fortes, escuras
Pensamentos exposto... Corrente
Vejo elo a elo...
Rabisco de minhas ilusões
Quebrada em tantos lugares...
Já nem me servem de prisão!
Liberdade? Só uma sensação...
A borracha apaga o erro
Mais não aceito a oferta
Eu redefino meu traço
Deixando a linha antiga
A mostra!!!
Não posso correr o risco de esquecer...
Logo volto a desenhar margens
Como fica cabeça, pês mãos...
E na assimetria da minha auto- estima
Já pressinto a imperfeição...
Esboço...
Esfumaço de retrato,
Como um rupestre desenho
A definir o não sei exatamente o que...
Como no que não se sabe o que se lê...
Estado caverna!
Presa a mensagem cifrada de mim... Pra mim!
Sempre serei um quadro inacabado!
Rabisco-me,
Até encontrar a impressão
Que a luz não registra
Mas se fixa em alheias retinas
De quem me captura no olhar
De quem me vê...
Sem me enxergar!