cenário treze

Cenário treze

Por causa da ciência

Nos esterilizamos com álcool,

De passar em feridas...

Ou bebido...

O valente que matou o outro valente

Esterilizou-se de tal modo

Que, morreu com a feição

Fazendo bexigas... Como se de festa,

Explodindo a quem chegasse perto.

O álcool bebido cheira mal,

Não como o álcool passado,

Cheira podre, em carne podre,

Como mal cheira podre

Em boca podrida a tanto mole,

Quanto lida... Podre... Podre... Podre...

Sendo preciso frisar tal diferenciação:

Da madame que levou um tiro

Ao milhão de vietnamitas

Na mesma situação.

Cenário catorze

Um milhão de tiros na cara

De vietnamitas é treinamento

De destreza, para depois

Dar um na cara da madame

E sair nos jornais

Em letras litrais...

Podre... Mais que pobre,

É o pobre negociador

Das fomes e das almas

Com a farinha podre para estômagos

E a palavra, podre, à consciência

Podre da cultura podre do senhor

que apodrece dando esmola

Tentando lavar a alma

E livrar-se das pedradas...

Das coisas podres inventadas:

Remédios que deixam doente

O são com dor de estômago,

Seringas com hepatite

Naqueles com anemia...

No trato como destrata

O que lhe parece menos.

Sergiodonadio.blogspot.com

Editoras: Saraiva,Perse, Incógnita Portugal

Clube de Autores, Amazon Kindle.

sergio donadio
Enviado por sergio donadio em 26/02/2016
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