PASSAGEIRO DA MEIA NOITE

(Sócrates Di Lima)

Olhe, vem chegando o trem...

quase que silencioso...

Ele vem que vem...

Todo estiloso.

Atravessa a cancela da vida,

Parando em cada estação,

Devagar na subida e na descida...

trazendo um antigo amor em minha direção.

É o trem das onze...

Que parte da estação da saudade,

Tocando seu sino de bronze...

Sua presença me invade.

Traz-me um tanto de alegria,

Em seus vagões aventureiros,

Traz canções e poesias...

Como seus ilustres passageiros.

Traz-me lembranças d' outrora,

Lembranças minhas com ela...

Um filme me passa agora,

Dos olhos e sorrisos dela.

Nunca vem durante o dia...

Surge-me sempre ao anoitecer,

Quando sozinho em nostalgia,

Faz-me sonhos reviver.

E quando chega o fim de noite,

Antes que o sono chegue,

É um vento em açoite,

Que lacrimejar me consegue.

Na verdade, ele tem hora certa,

Momento em que fico em deleite...

este trem traz de longe o que me desperta,

A vontade de amar a meia luz, a meia noite.

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 26/02/2016
Reeditado em 01/03/2016
Código do texto: T5555973
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