Certezas

O que se pode abstrair de um sorriso

Torto, que inunda o rosto e traça paraíso

Absorto sob olhar morto, gesto preciso,

Posto que roto e o espelho encara feito narciso?

Se há juízo no ato falho de afrontar o céu

E é prejuízo insistir no fato insensato de macular o egoísmo,

é mais que preciso não ser exato ao provar do mel

mesmo que indeciso, precipitar-se a jato rumo ao abismo.

Não, na vida não há espaços para verdades

Meias, se o sangue enche e transborda as veias

Existe mesmo quem se entrega por inteiro: lealdades... Bah!

Fugas no tempo , no espaço ou vento, constroem metades

Cheias de restos do nada, contos de fada, verdades-meias

Feito fantasmas, não deixa marcas, e nem saudades

JG de Araújo
Enviado por JG de Araújo em 07/07/2007
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