SOLIDÃO

Mendiga...

Pedinte de uma fagulha do teu olhar,

da tua fala, da tua atenção,

de qualquer você,

de qualquer alguém...

Que solidão!...

Procuro-me, de novo,

no vazio que deixei disfarçado de pegadas,

da última página do nada,

que escrevi com as migalhas que catei.

Tentei me agarrar às coisas que via...

Errei.

Temos de ter como guia o que não se vê:

Deus.

Ele está em todas as coisas.

Não O sentia...

O medo de permanecer na escuridão dos meus dias,

fez-me clamar o Seu poder.

O homem nunca esmorece,

nunca falece,

nunca desmancha,

nunca chora, sofre,

como eu, agora,

se, firme, é a sua fé.

Tropecei...

Porque, falha, em mim,

Ela é.