Na praia
Sento-me na branca areia,
Por um momento
Fiquei paralisada naquela
Imensidão.
O encontro ja estava marcado.
Onda
vem,
Onda
vai.
E nada.
Levanto e caminho
Em direção a aquelas traiçoeiras águas.
Molho os pés.
Já inquieta,
Vejo um reflexo.
Pouco a pouco,
Ele se aproxima...
Ah! E que Belo reflexo!
Nunca irei ver algo tão majestoso!
Meu coração... Pal-pi-ta
E agora tenho, mãos e voz
Trêmulas.
Você fala?
Ele nega com a cabeça,
Mas logo depois sorri.
Aquele sorriso doce,
De certo modo
Trouxe-me calmaria.
Como devo chama-lo?
...
Não tens nome?!
...
Ah! Claro!
Como não pensei antes!?
Serás meu Narciso!
Ele concorda com um gesto.
Ficamos parados sobre a água,
Um admirando o outro.
Quanto mais me
Afogo aqui,
Mais incendeia.
A sua mão,
Vem de encontro a minha,
Respiro fundo.
Leve-me!
Para dentro de
suas profundezas meu Narciso!
Deixarei-me ser conduzida
Pelos caracóis de seu cabelo cor de sol.
Deixarei afogar-me,
Na onda leve de tua boca.
Flutuarei suavemente ,
Pela mansa brisa de sua respiração.
Onda
vem,
Onda
Vai.
Quero tê-lo.
Ser só areia
Em suas mãos.