Na praia

Sento-me na branca areia,

Por um momento

Fiquei paralisada naquela

                               Imensidão.

O encontro ja estava marcado.

Onda

       vem,

             Onda

         vai.

E nada.

 

Levanto e caminho

Em direção a aquelas traiçoeiras águas.

Molho os pés. 

Já inquieta,

Vejo um reflexo.

Pouco a pouco,

Ele se aproxima...

Ah!  E que Belo reflexo!

Nunca irei ver algo tão majestoso!

Meu coração...  Pal-pi-ta

E agora tenho, mãos e voz

                          Trêmulas.

Você fala?

Ele nega com a cabeça,

Mas logo depois sorri.

Aquele sorriso doce,

De certo modo

Trouxe-me calmaria.

Como devo chama-lo?

...

Não tens nome?! 

...

Ah!  Claro! 

Como não pensei antes!?

Serás meu Narciso!

Ele concorda com um gesto.

Ficamos parados sobre a água,

Um admirando o outro.

Quanto mais me

                        Afogo aqui,

                        Mais incendeia.

A sua mão,

Vem de encontro a minha,

Respiro fundo.

 

Leve-me!

     Para dentro de

        suas profundezas meu Narciso!

                      Deixarei-me ser conduzida

Pelos caracóis de seu cabelo cor de sol.

                      Deixarei afogar-me,

                Na onda leve de tua boca.

                     Flutuarei suavemente ,

Pela mansa brisa de sua respiração.

Onda

       vem,

            Onda

       Vai.

 

Quero tê-lo.

Ser só areia

Em suas mãos.

Flor no luar
Enviado por Flor no luar em 25/02/2016
Reeditado em 25/02/2016
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