Fusão



Já não sei onde começam os detalhes de teus encantos
Quando absorvidos pelos meus, ou mesmo onde terminas,
Justo eu que com eles me embeveço e tanto e os canto,
Nesta profusão de fêmeas que és, de mulheres e meninas
Que se alternam nestes breves momentos, no entanto.

Já não sei quais são os verdadeiros sabor, cheiro e olor
Que tu exalas, já nem mesmo identifico os feromônios
Que esparges em minha direção e procuras, no ardor,
Ao transformados, como agora, de anjos em demônios
E lançados prestos, sedentos, aos bailados do amor.

Os relevos de teus seios comprimidos em meu peito,
A concavidade de teu umbigo a sugar avidamente o meu,
O brilho de olhos refletidos no meu, embalados no leito,
Quando não sabemos – que importa - quem és tu, quem sou eu,
Ao nos tornarmos de novo crianças, não mais adultos feitos.

E quando nos mesclamos, nesta mais perfeita confusão
De nossas coxas e corpos embaralhados, de nossos sexos
Que se procuram para se completarem, repletos de tesão,
Buscando-nos na perfeita simbiose do côncavo e convexo,
Amalgamados pelo ardor irradiado, saciados nesta fusão...
LHMignone
Enviado por LHMignone em 22/02/2016
Reeditado em 31/08/2017
Código do texto: T5551827
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