Tão confusa estava
Talvez não fosse aquilo que quisesse
Não, eu não queria aquilo
Não era o que eu desejava
Sei que me alimentava de lembranças vagas
Quimeras perdidas no tempo que se foi
Mas o meu mundo já não existia
Nenhum elo a esse me prendia
Completa estranha nesse desconfortável ninho
Tantas feras a enfrentar
Palavras que me feriam como espinhos
Cargas tão pesadas eu carregava
Andava muito cansada
Perdida naquele inferno que criei
Como penei!
Meu mundo já não existia
Tudo se perdia
Tão confusa eu estava
Turbilhões de pensamentos me alucinavam
E eu perdida no meio do caos paralisava
Não conseguia entender o que acontecia
Nada mais era do jeito que eu sabia
Sentei e fitei o horizonte
Tentei encontrar meu norte
E tudo que consegui foi chorar
Meu mundo destruído
Tantas incertezas me acometiam
Vertigens furiosas me deixavam tonta
Talvez a fera fosse eu
Eu ,meu próprio carrasco
Verdugo a me maltratar
Num autoflagelo sem fim
Me castigando de todas as culpas
Minhas lágrimas caíam
Aquele lugar tão triste
Minha carne ferida
Sangue brotando dos meu poros
Cores opacas, sombrias, tudo tão nefasto
Apenas o vermelho encarnado se sobressaía
E eu perdida, sem coragem de juntar meus cacos
Com medo de me reencontrar
Para novamente não me perder.