prólogo
Prólogo
Do livro Cenários
Sou a parte lírica do falsário,
Desse que espiona o que não falo
E expia o que falaria, tivesse
A coragem de criticar a vida...
Critica o que me calo,
Salva de mim as verdades
Em minha mentira vera...
De onde me ponho e falo,
Calo,
Espero,
Esfrio o que penso nervosismo
E escalo esse assunto raro,
Ralo, escasso,
De um certo cinismo
Sobre o proletário ismo
Das horas batalhadas...
Sou a parte física desse poeta
Que em mim assume
Seu trabalho:
Sergiodonadio.blogspot.com
Editoras: Saraiva,Perse, Incógnita Portugal
Clube de Autores, Amazon Kindle.
Cenário um
Eu quero sorrir aos mortos,
Eu quero cochichar meu sorriso
Que os mortos entendem
Um sorriso cochichado.
Eu quero sentir a paz dos mortos,
E ser sorridente como os ossos
De uma caveira exposta,
Onde o passarinho cisca...
E morreu duma pedrada.
O passarinho só cantava,
E morreu duma pedrada!
O vietnamita plantava arroz,
E morreu duma pedrada!
O sul-americano tocava guitarra,
E morreu duma pedrada!
Eu quero sorrir aos mortos
Enquanto não levo pedrada...
No cochilo, lá vem pedra,
Me resguardo, me escondo...
Te esgarro.