VOAR

Um dia ela precisou se lembrar

Ainda que nada parecesse a mover

Tinha mesmo que, soube entender

Soltar suas asas para então voar

Por mais que ela assim pensasse

Que profundo e perigoso fosse o mar

O que lhe restava para respirar

Era que à superfície pois nadasse

Ao ver que lhe estavam a nutrir

Notou que eram boas suas raízes

Mas deixar para trás as suas crises

Só tendo as pernas livres para seguir

Quando pôs-se de verdade a viver

Tranquila certeza teve em mente

Piores são os medos que se sente

Do que aquilo que há para temer