Aldabra

Dedicado ao mestre-amigo,

Miguel Jacó

Aldabra

Queria não ter sentimentos

Para não sentir a dor dessa amargura

Não me sentir tão desmotivado

A olhar de frente

Esse cruel mundo que está à minha volta.

Vontade devastadora de não seguir adiante

De me jogar diante de um poste

Em um carro sem freios.

O meu corpo, está desmoronado pelo horror que é a vida.

Pagando alto preço, olho o horizonte

Que se desmantela, no infinito-horizonte

Tentando se esconder atrás dos montes

E compulsivamente, tenho piedade de mim.

Pietà!!!

E dos que vivem, assim feito eu no desencontro.

Ó! Mundo desencantado e seus sobreviventes

Como continuar vivendo, com esse horror que é a vida?

Mas sou mutante e feito pétalas que se abrem

Quiçá, daqui há pouco, sentirei menos nostalgia.

Mas, por enquanto, quero que a angústia,

Sangre e fira, as partes expostas do meu corpo.

Por dentro sempre tenho asas n'alma, e voo...

Enquanto me comporto feito louco, escrevendo...

Na desordem da arrumação dos meus pensamentos

Olho frio a tudo que se passa a minha frente e tranco a porta.

Quero o isolamento!

Deixo que meu ser, seja devastado pela fúria do silêncio...

E não ligo o rádio, e não olho um quadro e não tomo banho.

Quero me sentir, cada vez mais, feito barro, no atoleiro

Enquanto imagino, vitória-régia, nas águas dos oceanos.

Meu ser é dado a contrastes de loucura e sanidade

Rasgo a cidade.

E quando a parte mais pura se apura,

Me sinto em Aldabra.

Tony Bahi@.

Nota:

"Aldabra", é um atol, localizado no Oceano Índico, um dos poucos lugares, que ainda conserva intacta a Natureza.

Tony Bahia
Enviado por Tony Bahia em 17/02/2016
Reeditado em 17/02/2016
Código do texto: T5546557
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