A fantasia não é eterna.

Sabia que a fantasia não era eterna,

descobriu ao sucumbir num tropeço,

perdeu-se na escuridão da baderna,

amor de carnaval nenhum endereço.

Agora sobre cinzas lacrimeja o trapo,

em sonhos despetalados na avenida

do folião desmedido, que beijou sapo

na ilusória mutação vinda da bebida.

Abandonado sobre confetes na sarjeta,

um bêbado afogado pelo seu cansaço,

o jornal sensacionalista capa perfeita,

o rosto pintado em forma de palhaço.

Sues olhos inundados buscam o morro,

onde desceu para viver uma emoção.

Ali na calçada imunda pede o socorro,

mas sem forças lhe abraça a desilusão.

A rua lavada com água e alfazema.

que invade as narinas deste vil folião.

Vem o cheiro da sua amada Jurema,

que agora dá a luz só num barracão.

Toninho.

14/02/2016

Toninhobira
Enviado por Toninhobira em 16/02/2016
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