O FATÍDICO BEM ME QUER
 
 
Mortífera como quer
vampira doce prazer
de mulher
atira sem pensar
deixa marcas carregadas
de si pelas balas passos
no rodapé da sala
por onde quer
que eu vá passar
alvejos adentram
se mesclam em mim
sendo ela
dizendo palavras
frases de contos malditos
outras falas
sombras fantasmas
empoderam-se distraindo
enquanto
me levam pra seguir
por onde nem mesmo
sei de onde parti
tudo se apaga
nenhuma imagem
moldura sem rosto
pintura de cores avulsas
coisas perdidas
um bottom de piercing
que ela usou em alguma
destas novelas
entre amigos
livros abertos
romances de bolso
leitura de viagem
falam de “Deodora e um vilão
carniceiro que prendia
ela no telhado sobre o sótão
desejando dinheiro
pra resgata-la da morte”
quem teria esta sorte
de  precisar se esconder
pra fingir que a solidão
podia sair pela janela
sozinha
quem era o cavalheiro
que podia vestir
esta armadura
de pura coragem
pra amar o infinito
que o bendito falar do padre
dizia nas homilias
do mosteiro
escadas selvagens
molhadas com vinho
volátil aroma de uvas
sugam beijos nas
curvas diante da porta
num vermelho rubro
vestido que se abria
ela não me deixa entrar
sentada na pose de gata
felina que desata
minha dobra de homem
no animal de presas
rangindo
remoendo percalços
da raiva
menino morcego que suga
devagar se entorpece
nas miniaturas
cobrindo
todo volume de lábios
e um vulcão parecendo
adormecido
quer explorar
minha versão de lobo
pelos pêlos apelos
dos alpes derretendo
inverno nos picos
mostrando que me escondo
de você por inteiro
num matreiro carente
agarro seus menores desejos
mastigo brutamente
estas fibras cadeias
da pele macia
devolvo teu luto
porque entrei pra matar
tudo acontece
agora estou vivo!
 
 
 
THE FATEFUL WELL WANT ME
 
 
Deadly as either
vampire sweet pleasure
of woman
shoots without thinking
leaves loaded brands
him by steps bullets
on the living room baseboard
wherever
I will pass
alvejos they enter
mingle in me
it being
saying words
of bloody tales sentences
other speeches
ghost shadows
empower be distracting
While
lead me to follow
where even
I know where I started
everything goes
no image
faceless frame
painting of single colors
lost things
pierced the bottom
she used in some
these novels
among friends
open books
paperback novels
travel reading
They speak of "Deodora and a villain
butcher held
she on the roof of the attic
wanting money
to rescue her death "
who would have this sort
Need to hide
to pretend that loneliness
I could go out the window
alone
who was the gentleman
I could wear
this armor
pure courage
to love the infinite
that the blessed speaking priest
said in homilies
monastery
wild stairs
wet with wine
volatile aroma of grapes
suck kisses on
at the door curves
a crimson red
dress opened
she will not let me go
sitting in cat pose
feline untying
my man bending
the prey animal
rangindo
brooding mishaps
rage
boy bat that sucks
if slowly numbs
thumbnails
covering
whole volume of lips
and looking volcano
asleep
want to explore
my wolf version
by appeals hair
Alps melting
peaks in the winter
showing my hiding
you for all
a needy sly
grab your lower desires
chew brutally
these chains fibers
soft skin
Return your mourning
because I went to kill
everything happens
I am alive!