BUEIRO

Poupe-me do teu hálito errado

Deste sopro quente vindo

Das profundezas deste corpo

Rançoso e azedo. Livra-me

Destas palavras fétidas

Trazidas pelos canos de sujidade

De sua alma apodrecida.

Não rompa sua tampa de esgoto

Atirando sobre mim todos os seus

Gases nocivos e de pouco bem.

Sele eternamente esta tua boca

De bueiro que nada de frutífero

Diz. Cerre essa porta maldita,

Pestilenta, e incapaz de produzir

Um sopro de vida limpa.