Canso

Canso das cansadas mãos

tão sem opinião,

sem motivos ou razão .

Canso dos dedos lerdos

sem sinfonia ou tato

da alma tão sem universo.

Canso deste olhar cego

que não encontra cores das fantasias,

o luar ou estrelas que sonham.

Um arrepio chega como um gemido

tendo a vida toda a gritar por dentro

e uma passividade inerte,

enorme por fora .

Não sabia que as noites seriam tão iguais

as canções podiam provocar lágrimas

que o silêncio doía tanto.

Não sabia ler os sinais do vento

não acreditava em pesadelo

que as palavras tinham mais peso

não se mantinham nas tecidas teias.

Canso de pensar

que escrever muitas vezes

é de uma violência atroz

com palavras que sangram o coração.

6/07/07

Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 06/07/2007
Código do texto: T554325