Canso
Canso das cansadas mãos
tão sem opinião,
sem motivos ou razão .
Canso dos dedos lerdos
sem sinfonia ou tato
da alma tão sem universo.
Canso deste olhar cego
que não encontra cores das fantasias,
o luar ou estrelas que sonham.
Um arrepio chega como um gemido
tendo a vida toda a gritar por dentro
e uma passividade inerte,
enorme por fora .
Não sabia que as noites seriam tão iguais
as canções podiam provocar lágrimas
que o silêncio doía tanto.
Não sabia ler os sinais do vento
não acreditava em pesadelo
que as palavras tinham mais peso
não se mantinham nas tecidas teias.
Canso de pensar
que escrever muitas vezes
é de uma violência atroz
com palavras que sangram o coração.
6/07/07