UM ANO DE CEREJAS
 





hoje
faz um ano
que abri o pano
num teatro
de letras
e de palavras
em que não mostro
só empano...

viro monstro
faço rolo
ponho vela
douro o bolo
que mascaro
com

c
e
r
e
j
a
s




hoje
faz um ano...
assim como antes
daqui para frente
não tenho plano...

...só o que tem
de reto
e torto
no engano


 
Hoje, 13/02/2016, completa-se um ano que estou aqui escrevendo e publicando. Antes eu escrevia e até já publiquei, mas textos acadêmicos de história. Mais por obrigação profissional e, até certo ponto, por gosto. Aqui me restrinjo ao diletantismo, no que existe de positivo no uso dessa palavra. Os textos que aqui publico aprendi fazer aqui, fazendo. Aqui fiz amigos, via prática de comentários. Como são os casos de Abá Morena, Cristina Gaspar, Ene Ribeiro, Dartagnan Ferraz (nas crônicas) e Suely Andrade, além de outros menos frequentes nos comentários recíprocos. Aprendi muito com os comentários, principalmente no que diz respeito aos efeitos daquilo que escrevo. É impossível prever como um texto será lido. Aprendi também que a gente diz mais, as vezes menos, do que a nossa intenção pretende. Por fim, tenho plena noção de que escrever e tornar público o que foi escrito cria uma grande responsabilidade: sobre a forma com que intervimos no mundo. Vou republicar aqui meu primeiro texto, um texto no qual nem mais me reconheço e nem me lembro o que quis dizer. Para meu próprio registro. Eis:
 


ÚLTIMA INFÂNCIA

 
quando era criança
eu pensava coisas
a respeito das quais
não tenho
mais
p
a
l
a
v
r
a
s


(http://www.recantodasletras.com.br/poesias/5135576)

 
Goiânia, 13 de fevereiro de 2016.