DISTÂNCIA
Prepararei diários holocaustos
em mesa coberta de puro linho,
cultuados no centro do mundo.
Embalarão esses tempos faustos,
puros cantos, gorjeios dos ninhos,
sobre essa antevisão, me inundo.
Banquetes de buscas incessantes
de palavras, fotos se redesenham
na distância, ânsia de nada perder.
Prato servido de cheiros mutantes,
felicidades frugais que se apenam,
sem nuga de pecado a descrever.
Derramarei ante todos, na penha,
o sacrifício do bíblico sentimento,
expiando o desejo, o afeto negado,
Oscularei no tempo que contenha,
o rubor da tua face, terno momento,
símbolo ígneo do prazer esperado.