NINGUÉM


O meu corpo, indiferente,
caminha sem rota, sem meta,
tão distante deste mundo
que ninguém, sequer, percebe
quando passo disfarçado
envolvido em solidão.
Muito vêem só a sombra
se esgueirando entre as paredes
sob a lua, sob a chuva,
sob as janelas sem velas,
sem desejos, sem um beijo,
sem desculpas, sem perdão.

                 .  .  .

 
Que ninguém sequer percebe
 enquanto o mundo gira
 parece até que ocê bebe
 bebe dessa deslavada mentira...