Convite para um Lamento
Mundo – Pequeno ante meu profundo desalento
Violento-me na espera do rubro que jorra da carne
Porque meus olhos agora fazem-se incompetentes
Negando-me o pranto que sempre revigorava Minh ‘alma
A consciência,
que com tantos fardos penava para servir-me cuidadosamente,
Agora serve severamente cruas verdades empurrando-as goela abaixo
E o alarde que ressoa desses recantos que antes tanto gritavam
Hoje se calam porque seus gritos, à consciência, não mais convencem
Romance espúrio, provido de mãos leves!
Que em seus acalentos me afanavam
Não fujo negando, como tantos negam,
depois de lesados, que o amor possa não ter existido
Sepulto-o faltando-me o choro, mas como dita o decoro
- Componho semblante tristonho
Mas só por ver tamanha labuta para sustentares tristes mentiras com
tanto sacrifício
Se é certo que os olhos se encharcam quando alma pena, então tomas
como evidência meu rosto lívido
Dir-te-ei em firmeza que meu coração, por ti, não fora gélido...
Apenas calejado por tantos enganos
Se falta de bom senso não for um problema e proponhamos que
amigos sejamos
Mando-te o convite do próximo enterro,
quem sabe, nele, possas me ver chorando...