Estranharam
sei que estranharam,
é assim por todo lugar onde passo,
ora os versos estão ao alcance
do leitor mais esquivo,
ora eu os arranco de onde estão
e os queimo;
sou tão bonita sem eles,
sou a poesia viva
desses olhos cotidianos no meu pedaço,
que me recitam noites infindas
ou escrevem em minha carne
a esperança impossível de retornos;
é isso aí,
escrevo melhor na cama
devorando
e sendo devorada _
nada escapa à minha fúria
no momento da melhor criação;
os que me querem só nos versos,
esqueçam...