Estranharam

sei que estranharam,

é assim por todo lugar onde passo,

ora os versos estão ao alcance

do leitor mais esquivo,

ora eu os arranco de onde estão

e os queimo;

sou tão bonita sem eles,

sou a poesia viva

desses olhos cotidianos no meu pedaço,

que me recitam noites infindas

ou escrevem em minha carne

a esperança impossível de retornos;

é isso aí,

escrevo melhor na cama

devorando

e sendo devorada _

nada escapa à minha fúria

no momento da melhor criação;

os que me querem só nos versos,

esqueçam...

Valéria Bernadete Tutti
Enviado por Valéria Bernadete Tutti em 02/03/2005
Código do texto: T5540