O sino da infância

Na minha terra tem bocaiúva e guavira.

É um matinho bom, brota passarinho e vagalume.

Ontem padecia de saudade

Estilingue, pandorga e banho no córgo.

Doce de abóbora foi para o céu

Dona Cotinha a receita levou.

Na quarta série havia cabelos castanhos e bochechas rosadas

E minha timidez.

Faz bem para os pulmões, dizia o velho Durval

Tomar sol nas costas antes das dez.

Tereré de verdade é com raizada

Em guarani ensinou me o tio Aquino.

Corri para tocar o sino da igreja

Era só pra se pendurar na corda do campanário.

Perdoe São José Operário

Com 10 anos não se é religioso, apenas menino.

Gilberto Ricardi
Enviado por Gilberto Ricardi em 10/02/2016
Código do texto: T5539506
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