Coração à deriva
 

No vazio que se revela
Noites rumo ao abissal
Solidão apunhala forte
Na tristeza sem saída.
 
Recolho a lona amarela
Sobras de um temporal
Prevejo trevas da morte
Como um barco à deriva.
 
Dos fios de seda amarela
Floridos  de amor maioral
Restou o avesso da sorte
Rio de esperança perdida.
 
Pobre alma que se rebela
Diante da dor descomunal
Sufoca os sonhos e o norte

Nesta angústia desmedida.


Ana Stoppa

 


 
Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 10/02/2016
Código do texto: T5538928
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