O pior cego
Constato que ouvi por toda vida ditame errado,
Apregoando que o pior cego é o que não quer ver,
O que ocorre frequentemente em nosso dia a dia,
Quando, em realidade, o que se deveria dizer,
É que o pior é o que viu e hoje é impossibilitado.
Quem, mesmo por poucos momentos e instantes,
Sentiu o enlevo na exuberância das tantas cores
Que o cercam e envolvem, desfrutou da poesia
Do vôo de pássaros, sentiu a profusão das flores,
Entregou-se e perdeu-se nos braços da amante,
Hoje, por contingências da vida, dela se vê alijado,
Permitiu que a vida os separe e mantenha distante,
Sem que lhe prestasse sequer a suprema aleivosia,
De retê-la nos braços por sequer mais um instante,
Olvidando-se do quanto um dia amou e foi amado.
Triste viver quando se tem os olhos embaciados,
Toldados pelas tantas lágrimas que deles vertidas,
Quando não mais se tem na própria vida a alegria
De viver, quando se passa a viver resumindo a vida
Em uma sucessão de dias findos, antes que iniciados.
Constato que ouvi por toda vida ditame errado,
Apregoando que o pior cego é o que não quer ver,
O que ocorre frequentemente em nosso dia a dia,
Quando, em realidade, o que se deveria dizer,
É que o pior é o que viu e hoje é impossibilitado.
Quem, mesmo por poucos momentos e instantes,
Sentiu o enlevo na exuberância das tantas cores
Que o cercam e envolvem, desfrutou da poesia
Do vôo de pássaros, sentiu a profusão das flores,
Entregou-se e perdeu-se nos braços da amante,
Hoje, por contingências da vida, dela se vê alijado,
Permitiu que a vida os separe e mantenha distante,
Sem que lhe prestasse sequer a suprema aleivosia,
De retê-la nos braços por sequer mais um instante,
Olvidando-se do quanto um dia amou e foi amado.
Triste viver quando se tem os olhos embaciados,
Toldados pelas tantas lágrimas que deles vertidas,
Quando não mais se tem na própria vida a alegria
De viver, quando se passa a viver resumindo a vida
Em uma sucessão de dias findos, antes que iniciados.