Tão triste
Tenho na alma feridas
Que por vezes inflamam suas insanidades
Tenho no coração cicatrizes
Que quase sempre reabrem e me consomem como um furacão.
Tenho na alma o choro que não dispersa
Um amor que por maior o desgosto não se desfaz
Tenho em mim duas metades que não se entendem
Que implodem seus ais sem quaisquer zelo
E me rasgam a carne, me sangram as dores mais intensas
Tenho, o que deverás nunca tive e ainda assim
Teimo em me queimar no fogo do não E do coexistir
As vezes quero só a calmaria de uma brisa suave
Que apenas apague o que é indescritível
As vezes quero só uma nuvem que preencha-se de mim
E nunca mais me traga de volta
E de certo um suspiro E o nada finalmente acontecer
E a minha poesia há de então morrer.