CALOR SUFOCANTE
Antonieta Lopes
Janeiro, uma chuva abençoada
Aplacou o calor que sufocava,
Se ele continuasse, que maçada!
Nos faltaria à mesa simples fava.
O homem tudo pode sob a arcada
De um céu azul e plácido, sem trava,
Se ruge a natureza enfezada,
Ele perde o poder que ostentava.
Calor tremendo, quem o impediria
De as nascentes secar, murchar sementes,
E de sede matar a cotovia?
Felizmente há um Deus que salva as gentes,
Abre as nuvens, desfaz a calmaria,
As emoções tempera, por mais quentes.