Rio de lágrimas

   Rio de lágrimas

Oh meu Xingu tão querido,

Cheio de tantas belezas,

Andas tão triste  e vestido

Por ilusórias riquezas.

Choras silente e saudoso

Da liberdade perdida.

Sente-se um vento choroso

Na tua orla querida.

Homens roubaram teus guizos-

Cegos de tanta ambição.

E este teu filho, sem risos,

Sente do pai a aflição...

Minha Altamira querida,

Sei que no peito tens mágoas...

Ouço a saudade sentida

Nas tuas cálidas águas. 

Vendo o Xingu a chorar,

Hoje, em silêncio, padeces...

Sinto em teu mádido ar

Um hino cheio de preces.

Oh minha linda cidade,

Veste de sangue teu canto!

Sangra de verde saudade!

Luta por teu Xingu santo!

Oh meu Xingu tão amado,

Deus de nostálgicas águas,

Vejo teu pranto espelhado

Nas tuas ondas de mágoas.

Mas onde tem verdes rios,

Há sempre verde esperança.

Hoje teus ventos são frios...

Mas o amanhã traz mudança:

Pois nosso Deus não se cansa...

Innocencio Silva Neto. Altamira, Pará .07/02/2016

Innocencio do Nascimento e Silva Neto
Enviado por Innocencio do Nascimento e Silva Neto em 08/02/2016
Reeditado em 10/02/2016
Código do texto: T5536776
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