POR QUE?
Antonieta Lopes
Não sei porque só vivo arrochada,
Aflita, dependente, sem saída,
Por mais que eu faça, nada vale nada,
Se nada sou porque tão perseguida?
Já bem idosa stou inda empenhada
No trabalho doméstico, na lida,
Para escrever meus versos - madrugada
Procuro e encontro a sílaba perdida.
Por mais que encargos tenha não me privo
De expor minhas ideias num soneto,
É sentimento intrínseco e ativo.
Parte do ar que respiro me intrometo
Sondando as conjunturas do ser vivo...
-Tudo tem seu valor, nada é obsoleto.