POR QUE?

Antonieta Lopes

Não sei porque só vivo arrochada,

Aflita, dependente, sem saída,

Por mais que eu faça, nada vale nada,

Se nada sou porque tão perseguida?

Já bem idosa stou inda empenhada

No trabalho doméstico, na lida,

Para escrever meus versos - madrugada

Procuro e encontro a sílaba perdida.

Por mais que encargos tenha não me privo

De expor minhas ideias num soneto,

É sentimento intrínseco e ativo.

Parte do ar que respiro me intrometo

Sondando as conjunturas do ser vivo...

-Tudo tem seu valor, nada é obsoleto.

Antonieta Lopes
Enviado por Antonieta Lopes em 06/02/2016
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