ALIEN, SUPERNOVA DA VIDA TERRENA E UNIVERSAL

Veio de longe,

Das terras do espaço sem fim

Além da Andrômeda coroada

Será que veio de tão longe por mim?

Estranho, sobrenatural

A vida desabrocha nos recôncavos

Cândidos do universo em

Explosões atômicas, cômicas, cósmicas.

Disco rígido imaginário, estático, quebrado

A vida não é estacionária, nem passageira, placa-mãe

Não se fixou em raízes únicas, seus galhos crescem

Pelo sistema, deve ter frutos a mais, separados da Terra.

Gravitacional, bilateral

Ignorância e descobrimento, fora de órbita

Navegação ao infinito, sem prova ou convencimento

Acima de qualquer santuário desconexo, sem nexo.

Roda celeste, espaçonave, elegia

Da conjunção divina, feitiço marciano

Cigano, humano abstrato

Sem extrato bancário diário do espaço.

Estrelas derramadas na Via Láctea

Discos voadores, sondadores, sonhadores

Da existência terrena, olhos grandes e curiosos,

Aliens seriam verdes? Marrons? Invisíveis?

Teriam um só coração ou múltiplos?

Será que podem amar, nestes tantos corações?

Vêm de longe, mas sem pressa

Estou aqui ávido pela descoberta.

Humanoides, multiformes

Braços, tentáculos, auréolas, chifres

Dariam-me um abraço ou morte?

Possibilidades sem qualquer prumo ou norte.

Amigos? Inimigos? Indiferentes?

Não sei como nomeá-los, rastreá-los

Num encontro causal, nas areias do cosmo

Será eu, o alien, ou eles?

Primazia, azia sentimental, dança de poderes

De um lado, leitura da mente, lasers

Do outro, o encanto humano, soberano, singular

Mas, por hoje, sem competição, só diálogo à beira mar.

Façamos nosso castelo no ar, neutro, sob o luar

Amar, vigiar, o continente inexistente, pendente.

Além-existências extraterrestres enfeitemos

O firmamento com Ovinis ou ovos de Páscoa?

Faremos festa? guerra? Questão pra outra hora

Seresta de estrelas cadentes; chegam os convidados

Sol rachado, lua pálida, olhos da galáxia em vigília

Abdução: confraternização de criaturas puras.

Lhes mostrarei nossos costumes,

Sofreres, alegrias e perfumes

Iremos à feira, brasileira, comer pastel

Enquanto me oferece um néctar do céu.

Seres distantes, aliens, ETs

Que marcham sobre a vastidão do tempo,

Nos trilhos das estrelas, na esquina do Universo,

Estamos nós, a Terra, a espera, do surreal.

*Poesia publicada originalmente na coletânea Contatos Imediatos de Primeiro Grau, Darda Editora, 2016.