AMANTE
A noite não era mais aquela amante ardente,
Que me deixava extasiado,
Adormecido e arrebatado.
Apenas os sonhos fluíam suavemente,
Em intermináveis viagens,
Por lugares e paisagens imagináveis,
Em um sono inigualável.
Meu corpo indelével,
Jazia enfeitiçado,
Por entre orlas de abismos,
Que me deliciavam,
Aos caprichos invólucros,
De uma noite sagrada.
Em um terno sono profundo,
Agora hipnotizado e descartável,
Meu corpo órfão,
Abandonado e desprezado,
Aos caprichos de uma amante insensível,
Sem compaixão e sem coração.