ESCURIDÃO DA MENTE! (127)
Roupa suja, esfarrapada, pés descalços,
Grita pelas ruas, seus pesadelos,
Gesticula, agitando os braços,
Param para vê-lo, riem os incautos...
Passa sempre, pelos mesmos lugares,
A procura do passado, recordações fugazes,
Escondidas, em sua mente mais profunda,
E segue ele, em sua caminhada infinda...
Porém, a alma é lúcida, aprisionada sofre,
Ligada a um corpo, que se destrói, doente,
Quem pode salvá-la, libertá-la, oh, mente,
Perdeu-se, na escuridão, triste, ausente...
Quando cai à noite, deita a cabeça em qualquer calçada,
Seus cabelos se espalham, a alma, escapa embriagada,
Os monstros o deixaram, sua boca se cala,
Seus olhos cansados sorriem... Pela paz, enfim alcançada...