Na sala, o senhor sentava,
Contava histórias antigas,
O tempo que passara,
As coisas que havia vivido.
Aos olhos dos jovens,
Invenções da memória falha,
Nada que o senhor dizia,
De fato, havia acontecido.
Ao fundo a velha senhora
Cantarolava cantigas de ontem,
Não lhe passava na cabeça
As músicas dos dias de hoje.
Os jovens não curtiam,
Diziam, “que coisa mais velha”!
Mas a velha não se importava,
Cantava a sua alegria.
O velho puxava a cadeira,
Fez por outra tomava posição,
Como se estivesse
Montado em um alazão.
Na parede, em branco e preto,
Fotografias do ciclo temporal,
O velho de calças curtas,
Os jovens de calças jeans.
O chão era de assoalho,
Madeira fina de antigamente,
As janelas, pinho de riga,
Coisas que não existem mais.
A velha foi para a cozinha
Preparar o famoso cozido,
O velho afirmava
Que a receita era de sua mãe.
A mesa com tantos lugares,
Alguns vagos, dos que partiram,
Mas unidos, todos sentaram,
Para saborear o cozido.
O velho, na cabeceira,
A velha, ao seu lado,
Do lado direito,
Os jovens,
Aleatoriamente...
Os pratos, já desgastados,
Garfos nas mãos
E facas ausentes.
Guardanapos,
O próprio pano da mesa.
Sem faltar o vinho tinto,
Garrafão de cinco litros,
O velho, de noventa e três,
A velha, oitenta e sete,
Aos goles fartos se embriagavam.
Os jovens não bebiam,
Tomavam...
O crucifixo no prego,
Jesus que tudo vê,
Já não via mais nada
Com tanta poeira acumulada.
Os jovens não rezavam,
Os velhos agradeciam.
Contava histórias antigas,
O tempo que passara,
As coisas que havia vivido.
Aos olhos dos jovens,
Invenções da memória falha,
Nada que o senhor dizia,
De fato, havia acontecido.
Ao fundo a velha senhora
Cantarolava cantigas de ontem,
Não lhe passava na cabeça
As músicas dos dias de hoje.
Os jovens não curtiam,
Diziam, “que coisa mais velha”!
Mas a velha não se importava,
Cantava a sua alegria.
O velho puxava a cadeira,
Fez por outra tomava posição,
Como se estivesse
Montado em um alazão.
Na parede, em branco e preto,
Fotografias do ciclo temporal,
O velho de calças curtas,
Os jovens de calças jeans.
O chão era de assoalho,
Madeira fina de antigamente,
As janelas, pinho de riga,
Coisas que não existem mais.
A velha foi para a cozinha
Preparar o famoso cozido,
O velho afirmava
Que a receita era de sua mãe.
A mesa com tantos lugares,
Alguns vagos, dos que partiram,
Mas unidos, todos sentaram,
Para saborear o cozido.
O velho, na cabeceira,
A velha, ao seu lado,
Do lado direito,
Os jovens,
Aleatoriamente...
Os pratos, já desgastados,
Garfos nas mãos
E facas ausentes.
Guardanapos,
O próprio pano da mesa.
Sem faltar o vinho tinto,
Garrafão de cinco litros,
O velho, de noventa e três,
A velha, oitenta e sete,
Aos goles fartos se embriagavam.
Os jovens não bebiam,
Tomavam...
O crucifixo no prego,
Jesus que tudo vê,
Já não via mais nada
Com tanta poeira acumulada.
Os jovens não rezavam,
Os velhos agradeciam.