Três Palavras
A boca berra embebedada
depois do texto mascado nos dentes
EU TE AMO
grita as três palavras
abrindo a esperança frentes
Queixa-se aos quatro ventos
com a saliva oxidada
enquanto lê seus pensamentos
a cusparada
Nervosa não ela
ante um suspiro e a retomada
EU TE AMO
mais diz embriagada
agora de pétalas de saudade
Tremem os lábios
faltando dizer o nome guardado
mas lhe saem sussurros sábios
de segredo
Transfere à boca a palma
e a sela no enredo
que lhe cabe
A cara nada sabe
nela só os olhos se molham
O corpo cansa debaixo
os pés nem se movem nas botas
EU TE AMO
afora saindo mais baixo
e a viu dando-lhe as costas