Elegia ao nada
sou Maria com ascendente em Eva
difusa, estável e permanente
desobedeço abismos
e suas quarenta e cinco ramificações
meu céu tem porta giratória
sou sorrateira, sem amarrotar as asas
minha caneta tem pressa,
como consciência de dama.
planto verbos,
um truque para clarear os dias.
adoro papel em branco
agendo-me para uma saudade
não ajoelho, sou santa descuidada.
entre vestido e conjugação
faço um aceno tático para o príncipe encantado.
minha lista de preocupações
descansa incontrolavelmente em paz...
gasto dias, cheia de precipícios
esvaziando todos os lados de dentro.
elejo Améns
vivo próspera e perto , sangro um blues.
minha significância é não ser nada além do vento.
você é que costuma durar
do melhor que o tempo dura...
em feitio de destino.