Elegia ao nada

sou Maria com ascendente em Eva

difusa, estável e permanente

desobedeço abismos

e suas quarenta e cinco ramificações

meu céu tem porta giratória

sou sorrateira, sem amarrotar as asas

minha caneta tem pressa,

como consciência de dama.

planto verbos,

um truque para clarear os dias.

adoro papel em branco

agendo-me para uma saudade

não ajoelho, sou santa descuidada.

entre vestido e conjugação

faço um aceno tático para o príncipe encantado.

minha lista de preocupações

descansa incontrolavelmente em paz...

gasto dias, cheia de precipícios

esvaziando todos os lados de dentro.

elejo Améns

vivo próspera e perto , sangro um blues.

minha significância é não ser nada além do vento.

você é que costuma durar

do melhor que o tempo dura...

em feitio de destino.

Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 04/02/2016
Código do texto: T5533549
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.