Os olhos que me espiam...
Se formos aquilo que sentimos
sou poesia; verso metrificado.
Sou planície, sou bicho solto...
Depois sou a manhã raiando,
sol fraco no horizonte,
sereno na folha verde...
Tem horas que sou rima teimosa
que não quer sair do ventre,
depois o pássaro no além...
A seguir sou o homem rude
que só pensa trabalho,
louco atrás de justiça!
Quem me vê não me decifra.
Sou muitos em um ou ninguém.
Depende dos olhos que me espiam!