POESIA DE CARNE E OSSO

POESIA DE CARNE E OSSO

BETO MACHADO

A minha poesia não escorre pelos dedos,

Nem molha com chorumes lacrimais

As pautas do meu caderno.

Mas mergulho meu pensar

Nas profundezas de um poço,

Donde extraio tanto a carne, quanto o osso

Que formatam minha verve e o meu poetizar,

De um jeito que não domino,

De um jeito que não tem par.

Minha poesia tem o olor da montanha.

A verde e tropical floresta

Que, aos pulmões, inda me resta

E os olhos muito me encanta.

Sou urbano das flores das onze horas,

Das samambaias choronas,

Dos cravos, das margaridas.

Sou rural do lilás das quaresmeiras,

Dos cipós, das trepadeiras,

Dos lírios, dos gira-sóis.

Mas sou humano das tristezas,

Das culpas, das esperanças,

Das vinganças, dos destinos,

Das alegrias, da paz,

Do ódio, da tolerância,

Do perdão e do amor.

Por isso sou poeta.

Roberto Candido Machado
Enviado por Roberto Candido Machado em 02/02/2016
Reeditado em 23/02/2016
Código do texto: T5531455
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