ETERNA BUSCA
Nessa cisma em que vivo e me debato,
só o vento, sempre atento, é companhia,
que me segue, me persegue, noite e dia,
até entra sem convite no meu quarto.
Não sei bem onde achar o que procuro,
já cansei e maltratei as minhas pernas,
nessa busca infrutífera, quase eterna,
de querer ver o que há atrás do muro.
Derruba o muro, alguém me diz, pela raiz.
O que verás? Só acharás pedra e poeira,
por que sofrer então, assim, dessa maneira?
Somos mortais,
todos iguais,
e nada mais.
. . .
Enquanto na eterna busca
o meu coração incendeias
e ele tem parada brusca
fazendo-te ré, em cadeias...
o meu coração incendeias
e ele tem parada brusca
fazendo-te ré, em cadeias...