¿Quién habla?
Carrego comigo um infinito de palavras...
Das quais vagueiam em minha mente a ecoar em minh'alma...
E as sinto suavemente...
Mas às vezes minha mente grita!
Mais que os falantes em dias de feira
E o meu mundo gira!
E mesmo na calada da noite
As vozes não cessam...
E nem eu sei explicar como podem ser calmas e tão vorazes...
Singelas...
D'ar tão peculiar...
Extravagantes...
Hora melindrosamente pragmaticas...
E às vezes tão desordenadas!
Tão suaves...
E tão ásperas!
Realmente não sei explicar...
Como podem serem tantas e das tantas serem tão poucas!
Tão poucas escritas...
E menos ainda ditas!
Quantas palavras soltas...
Frases inacabadas...
Histórias dilaceradas...
Que porção mais inadequada, mais que desmedida!
E meu coração...
Se enche mais de palavras do que se esvai de tinta, da púrpura poesia...
Da qual se tinge a vida!
Com o poder de remediar as feridas...
E atingir as sensações menos vívidas d'um ser
Talvez o que falte, seja simplesmente o ouvinte!
Talvez o leitor...
A sede que se embebede!
O libido...
Que se sacie!
O amante...
Que a ame!
O destemido...
Que se aventure!
Pois não tem jeito...
Este coração precisa urgentemente exagerar na dose!
Não tem mais jeito!
Ele precisa pulsar...
Expulsar toda dor...
Precisa gritar...
Ele necessita respirar!
E tal ebulição...
Tal erupção...
É simplesmente inevitável!
É inegável irmã da pálida, nua e crua realidade!
É o douro do sol mais vívido
É a pureza da alegria mais colorida!
É a total intensidade dos mais diversos sentidos...
Dos sentimentos mais escondidos!